terça-feira, 1 de novembro de 2011

"Essas drogas, dessa classe, não deixam os nervos mais calmos. Elas atacam. Elas atacam do fundo do seu eu, você não consegue localizar a origem da dor… Os músculos da sua face ficam agitados, então você começa a morder o lado de dentro da sua boca, sua mandíbula fica rígida e a dor palpita. Por horas, todo dia, isso acontecerá. Sua coluna vertebral endurece tanto que você mal consegue mexer sua cabeça ou pescoço e às vezes suas costas encurvam-se como um arco e você não consegue ficar em pé. A dor "mói" seus nervos… Você sofre com a inquietação, então você sente que tem que andar, caminhar. E assim que você começa a caminhar, o exato oposto acontece para você: você deve se sentar e ficar parado. De lá pra cá, para cima e para baixo você fica numa dor que você não consegue encontrar, em uma ansiedade intensa que te domina, porque você não sente alívio "nem respirando..."
(Jack Henry Abbot)