quinta-feira, 22 de abril de 2010


Toda água um dia escoa de volta ao oceano, assim como tudo o que um dia eu acreditei foi levado, ou todos que de mim foram tirados. Só um coração transpassado pela lança da perdição consegue sentir vestígios de uma saudade passada. Um repentino sopro de lembrança nos habita
repentinamente colocando vidas de pernas para o ar. Ninguém consegue entender a dor alheia, sequer fazer noção do fato sofrível, mesmo que explícito a grosso modo torna-se extremamente indivisível. Condolências e lamentações são bem-vindas e desnecessárias tal que o fato volta a ser acendido. Até que ponto suportamos lágrimas presas dentro de nossas próprias perdas? Tal ignorância machista nos torna, cretinamente, espartanos. Existe algum problema em esquecer a torneira ligada e transbordar um copo (exceto fatores de disperdício)ao menos que por uns segundos? Ah, tem. Quando os olhos estouram e lágrimas escorrem você consegue, mesmo que por pouco período de tempo, ver o caminho percorrido por elas até o abismo. Certas coisas nas nossas vidas, esplendorosas, são simples: escorrem mundo a fora.

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