sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Quando ela acordou do transe o tempo não havia esperado por ela, ele só assistiu-a choramingar como se tivesse esmagado seu ego, rachando-lhe apenas o suficiente para alcançar seu interior. Ele sussurrou assim que ela se dividiu: "isto irá fazer com que se lembre que eu sou parte de você, cada célula está marcada com o meu nome, você nunca poderá me deixar, eu sou tudo o que você tem". Assim que ele a soltou ela podia sentir seu cabelo molhado correr através de seus dedos enquanto descia para a escuridão. Seu rosto, distorcido pela distância, desapareceu na noite. Ela estava sozinha. No entanto, ainda podia senti-lo dentro dela. O sentimento era reconfortante e familiar, mas sua presença assustou-a. Ela sabia que ele ainda estava lá, olhando para ela, fora da luz... esperando. Ela iria encontrar-se estendendo a mão para outros, guardando pequenos pedaços deles consigo como lembranças. Estas são as coisas que sentia e que eram importantes, as coisas que fizeram essas pessoas significativas. Cada aspecto do seu ser era composto de outros. Os braços ficaram mais fortes com cada abraço e os lábios mais cheios com cada beijo. Ela iria levá-los a ele observando como suas mãos se estendiam para afastá-los de sua essência consumida. Nada restou. Ela iria fantasiar o que era sentir suas mãos em seu corpo penetrando-a e drenando-a a nada. Mas o tempo passou. Eles se apaixonaram novamente como à primeira vista. Seus dedos entrelaçados enquanto caminhavam não foi com o que ela estava acostumada, mas de agora em diante as coisas não seriam a mesma e, embora o anseio permanecesse mais uma vez em sua vida, ela o esqueceu. Depois que a poeira baixou e todos tinham seguido em frente, mais uma vez ela estava sozinha e só tinha a si mesmo para culpar. Se tivesse abraçado seus sentimentos quando eles a chamaram talvez não tivesse de admitir que muitas coisas mais tarde se transformaram em ódio e, talvez, que era hora de mudar. Então, fechou seus olhos, empurrando pra fora cada aspecto de todos que tinha tomado num mundo em que nunca pediu para fazer parte. Ela podia senti-lo no quarto junto a si. Seus olhos, frenéticos e confusos, corriam em volta à procura de movimento na escuridão. Sua respiração tornou-se rápida e superficial, enquanto seus olhos se encheram de lágrimas. Ele estava aqui e não havia nada que pudesse fazer para detê-lo. Ela estava com medo. Medo de todas as coisas que estaria deixando, com medo de como seria tratada, com medo do que havia feito. Enquanto o quarto escurecia, podia sentir a mão dele procurando por ela, tocando-a de uma forma reconfortante e familiar. Ela estava saindo quando ele a pegou, pressionou sua bochecha na dela: "A partir daqui não há nada, assim como era antes". Ele pressionou seu rosto contra o dela, ele pressionou sua bochecha...
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