Sempre que as coisas saltam à mente aqui eu encontro uma parte que ainda existe. Uma parte que grita, que chora, que se abre, que sofre, que faz parte; uma parte humana.
Desde que há tempos parei de escrever eu nunca de fato parei de sentir. Eu só estive sentindo em outros lugares, com outras pessoas, em outras palavras, com outras palavras. A sensação de 'o que é mesmo que se passa?' se transforma. Há tanto pra se viver e muito a se escrever, mas não há palavras para se descrever nessa vivência. Houve uma vida e ouve só: hoje eu compartilho. E o melhor de tudo é que não mais só.
Esse tempo vivendo, esse tempo evoluindo foi soberano. É uma revolução completa, uma transformação da água pro chá (através do processo de infusão). E com isso e mais isso a gente cresce, a gente aprende, a gente ainda sofre, a gente se fode pra porra, mas é isso.
Ontem eu sofria e hoje eu ainda sofro. É passageiro, com o tempo fica entendível que tudo passa. A gente sofre pelo que a gente precisa sofrer. A gente se resolve e segue. E se não segue fica parado, não anda pra frente e vai indo cada vez mais pra trás inundado de pensamentos 'e se eu' mas nunca 'e se nós'. Tente resolver, tente compartilhar. Você entende consigo que tudo é um processo e que é incrível quando você tem pessoas ao seu redor com quem compartilhar e dividir suas benesses & dispêndios. São risos imensuráveis.
E sim, saber que o que me trouxe de volta presse lugar foi a mesma coisa que me fez sair desse lugar é algo que vale a análise. Vale entender o que te movimenta. O que me faz compreender o porquê voltei. E sim, você está aqui novamente. Esse lugar já foi palco de tanta peça, já foi espaço pra tanta expansão, já foi depósito de tanto entulho. Já foi também por muito tempo espaço em desuso, descartado e cheio de fantasmas. Hoje eu tirei o lençol de cima, recuperei a senha e me fiz presente. Vim pra ocupar. Não que eu nunca tivesse pensado em voltar, eu só não entendia porquê eu queria voltar e/ou se precisava voltar. Eu troquei esse espaço por uma hora semanal com meu analista. Não é fácil colocar em palavras o mix de sentimentos que pulam pra fora de nós através dos dedos, muito menos coordenar o salto através da boca, não pode ser cuspido: primeiro você saliva, depois você deglute. E sim, eu estou aqui novamente.
Os eventos são outros.
Os tempos são outros.
Mas a vida ainda é a mesma.
E por incrível que pareça ela vai continuar sendo a mesma por esses tempos.
Eu me conectei muito mais comigo mesmo nesse período ausente. Esses sete anos foram história. Me fiz presente em lugares em que jamais pensei que um dia eu estaria. Na presença de pessoas que fazem parte dessa jornada, desse crescimento, desse amadurecimento (é que antes eu era de vez e com sal, hoje já tô maduro hehe).
O lapso de tempo é uma coisa doida, né? Tanto tempo, mas nem tanto assim. Quanto tempo faz...? Eu nem sei mais... É que eu to suave de contar.
E isso implica em tudo. Se aplica a todos. Nas relações que você faz e desfaz todos os dias. Viver é melhor que esperar. Ainda mais eu que nunca fui paciente.
Ainda nesse meio tempo eu descobri o quão escorpiano eu posso ser. O redescobrimento disso tudo. A ressignificação da vaidade, do veneno, do viado, da volatilidade e da vulnerabilidade. É tudo tão belo e tão profundo. E são esses acontecimentos que me impulsionam. São esses rolês que me fazem compreender o sentido das coisas e dissolver toda essa perturbação que paira. É assim que precisa ser, é assim que a gente precisa querer que seja, é assim que será.
Um grande beijo
Obrigado
com amor, henrique
Caraca.
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